Piquetes transformam o Parque Harmonia em cenário de vivências, com o legado gaúcho como difusor de valores de cidadania e consciência ambiental
Ao longo dos 21 dias do Acampamento Farroupilha, os 236 piquetes se transformam em espaços de convivência, acolhendo crianças, adolescentes e idosos para almoços, jantares e atividades educativas a partir de ações recreativas que despertam a consciência ambiental e a responsabilidade social. Tudo pensado, organizado e posto em prática pelos próprios piqueteiros.
Um desses exemplos vem do Piquete Raiz Missioneira, dos patrões Irete Engler e Neodir dos Santos da Costa, que há 12 anos acampam no Harmonia. Ali, hábitos do dia a dia da família foram incorporadas ao cotidiano do galpão: a separação de resíduos, o descarte adequado de materiais como vidro, plástico e metal, além da coleta de tampinhas e lacres destinados a entidades sociais.
Este ano, o Raiz Missioneira inova ao instalar um biodigestor no espaço, permitindo que os pequenos visitantes compreendam de forma prática como resíduos podem ser transformados em biofertilizantes. “Como estamos trabalhando a reutilização de resíduos, trouxemos um biodigestor para explicar como esse processo funciona”, relata Irete.
Entre os grupos recebidos pelo piquete está o da Casa de Nazaré, instituição de acolhimento que atende crianças e adolescentes. Para a coordenadora do serviço de convivência, Taís Bischoff, a experiência é transformadora: “As crianças aprendem muito aqui e retornam para casa com novas vivências”. Em um só dia, cerca de 150 jovens participaram da programação.
Também são propostas brincadeiras educativas como o tradicional ‘jogo do osso’, aqui feito com tampinhas de garrafas e com cavalinhos confeccionados a partir de garrafas PET recicladas. Atividades que carregam muito significado e, nas quais, as crianças transformam a experiência em aprendizado prático e divertido.
A vertente social do Acampamento também se fortalece no Piquete Estância do Guerreiro, que anualmente abre suas portas para mais de mil visitantes vindos de escolas, creches, casas de apoio e de instituições como a APAE. Ali, o projeto oferece momentos de integração socioeducativa, com contação de histórias, resgate de brincadeiras antigas e uma recepção calorosa.
“Além de um almoço gaúcho que servimos para o pessoal, também oportunizamos momentos de aprendizado com contação de histórias sobre o nosso tradicionalismo, resgate de brincadeiras antigas e sempre recebemos todos muito bem pilchados”, explica o patrão Leodir Zanoni, presente com o piquete desde as primeiras edições do Acampamento.
Itens lúdicos da infância como o bilboquê, peteca, pião, bolita e jogo das cinco marias ganham novos significados na imaginação dos pequenos que descobrem novas formas de se divertir. “Resgatamos as brincadeiras que já não fazem tão parte desse tempo de hoje. Por isso é tão interessante para a criançada, por ser diferente”, conta a patroa Karen Lucia Pereira.
Atitudes simples, mas feitas com o coração, que brotam dos galpões do Acampamento Farroupilha de Porto Alegre e iluminam os caminhos da sustentabilidade, da solidariedade e da cidadania com a chama da tradição gaúcha.
PATROCÍNIO
Festejos Farroupilhas 2025 do Acampamento Farroupilha é gratuito e tem acessibilidade completa, e é financiado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura, Lei Rouanet, e Pró-Cultura LIC RS. Bradesco e Amstel apresentam, já o patrocínio é de GRID, Pepsi, CEEE Equatorial, Casas Bahia e Governo do Estado Rio Grande do Sul e co-patrocínio de Raia, Tintas Renner, Cachaça 51 e 3 Corações. Também conta com o apoio Cígame, Ishop, Rissul, Transul e Tri Legal.